quinta-feira, 25 de junho de 2009

Arroz Armênio com grão de bico e snobar

A minha tentativa de reproduzir o arroz Armênio.

Ingredientes
2 xic (chá) de arroz lavado e escorrido
4 a 5 xic (chá) de água fervente ou caldo de carne
4 ninhos de macarrão cabelo de anjo (aletria)
1 colher (sopa) azeite extra virgem
1 colher (sopa) manteiga
1 xic (chá) snobar (pignoli)
2 xic (chá) de grão de bico cozido
2 dentes de alho
1 cebola picada

Modo de Fazer
Aquecer o azeite e metade de manteiga. Fritar ligeiramente o snobar e retirar. Na mesma panela, fritar ligeiramente o macarrão quebrado até ficar marrom (cuidado para não deixar queimar). Retirar e dourar o alho e a cebola. Juntar o arroz escorrido e fritar. Juntar o macarrão e acrescentar o caldo (ou a água) fervente. Deixar ferver em fogo alto ate secar.
No final juntar o grão de bico cozido e o snobar frito. Junte também o resto da manteiga.
Pode servir com kafta assado ou cordeiro assado.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Descobrindo e redescobrindo os sabores de São Paulo



Sanduba de mortadela com tomate seco (Mercado Municipal de São Paulo)

Nas minhas últimas andanças pela paulicéia desvairada, além das compras na Liberdade (ah! Comprei a faca de cerâmica Kyocera), uma passadinha rápida no Mercado Municipal (para comer o sanduba de mortadela com tomate seco do Hocca, traição ao Bar do Mané, acompanhado de cerveja Serramalte, que só encontro em SP) e a muvuca da Rua 25 de Março, onde descobri que a loja Doural (www.doural.com.br) tem um andar com artigos de cozinha importados (fantástico) fui parar na Rua José Paulino (Bom Retiro) e me perder no meio das sacoleiras do Brasil todo e finalmente chegar à minha intenção (secreta) gastronômica de conhecer o Restaurante Acrópoles, na Rua da Graça. Bom, com o dia dos namorados imprensado entre o feriado de Corpus Cristos e o fim de semana dá para imaginar como “esses lugares” estavam lotados. Enfim, valeu o esforço.
Ah! Ainda teve a ida ao Restaurante Rubayat da Al. Santos, no Paraíso. Esse lugar é para mim um retorno ao passado, afinal eu morei com a minha irmã, durante anos (1973-1987), no casarão da esquina Al. Santos com a Rua Leôncio de Carvalho. O Rubayat da Al. Santos era vizinho de porta com o casarão de dois andares. Ele continua imponente na esquina e externamente sofreu uma pequena modificação. Suprimiram as três portas que davam para a Al. Santos. A entrada é pela Rua Leôncio de Carvalho.


Café do Rubayat

Casa Garabed

Desde o ano passado que a Bia tinha me dado a dica que as melhores esfihas de São Paulo podia ser encontrada num restaurante Armênio que ficava numa Rua de Santana, mas que não tinha nenhuma placa. Desde então, fiquei com água na boca para provar as tais esfihas e só não fui, porque a Laurence na época preferiu mudar um pouco o estilo de comida, já que tínhamos ido a Tenda do Nilo.
Finalmente, nessa última viagem a Sampa e nas minhas incursões gastronômicas por lugares nunca dantes navegados fui parar com o meu sobrinho Hélio e o seu potente GPS (a Gabi) na Casa Garabed. O tal restaurante Armênio das esfihas maravilhosas.

Localizado há 56 anos em uma das ladeiras do bairro de Santana, a Casa Garabed é o restaurante armênio mais tradicional de São Paulo.
O estabelecimento fica em uma casa simples, sem placa na porta e em uma estreita rua residencial. Não esqueça o seu GPS. O local é bem simples, mas o mais fantástico (além do cheiro maravilhoso das esfihas) é o forno a lenha de onde saem as tais esfihas.
As esfihas (uns 16 tipos diferentes) são preparadas com matérias primas de primeira, tais como a de pernil de cordeiro com snobar (pignoles para os italianos) e manteiga Aviação e hortelã fresca (servida aberta ou fechada) e de queijo com Bastrmá e azeite extra virgem (fechada). O Bastrmá é a carne seca armênia. Ela é bem salgadinha e lembra a nossa carne seca. Ah! O preço também é bem salgadinho, mas vale cada centavo, uma vez que as esfihas só são abertas, preparadas e assadas, depois de pedidas e os pratos em geral demoram uns 30 minutos para ser preparados. Como diz o dono: O cliente espera a comida e não a comida que espera que o cliente.
O restaurante oferece ainda o arroz armênio, preparado com grão de bico e "snobar", abobrinhas recheadas, kaftas redondas ou no espeto assadas no forno à lenha e pratos mais conhecidos por meio da culinária árabe, como quibe cru, coalhada e homus.



Forno à lenha da Casa Garabed


Esfiha de cordeiro com snobar e manteiga Aviação, hortelã fresca (aberta)




Esfiha de Queijo com Bastrmá(carne seca armênia) - Fechada


Esfiha de Bastrmá com azeite extra virgem


Kafta redondas assadas no forno à lenha, acompanhadas de arroz armênio com snobar

Casa Garabed (www.casagarabed.com.br)
Rua José Margarido, 216
Santana – São Paulo/SP
Fones: (11) 2976-2750/ 2979-3943

Restaurante Acrópoles
Agora um bom exemplo de comida que espera o cliente é o Restaurante Acrópoles, um dos mais tradicionais restaurantes gregos de São Paulo. O Acrópoles foi inaugurado em 1959 e fica cravado em pleno comércio do Bom Retiro e agora também nos jardins. Mas nada como ir no original do Bom Retiro. Não existe cardápio por lá. Toda a oferta do menu do dia fica exposta, seguindo a tradição da Grécia. Os clientes chegam, apreciam o visual colorido e farto, sentem a profusão de aromas e fazem o pedido. Então o garçom leva o pedido na mesa.
O restaurante é de propriedade de Trassyovoulos Petrakis, mais conhecido como "seu Trasso", que em seus quase 90 anos recebe do primeiro ao último cliente na porta do Acrópoles.
O ambiente do restaurante, que mais parece um boteco é decorado em tons azul e branco e nas paredes misturam-se quadros da Grécia e fotos antigas da seleção brasileira de futebol. Além é claro dos merecidos prêmios gastronômicos.
O cardápio, ou melhor, o menu-vitrine expõem peixes, frutos do mar (lulas recheadas, polvo no vinho tinto, risoto de camarão), carneiro, vitela assada, além é claro um dos pratos mais pedidos o Mussaká. Nos finais de semana, também é servido pato.
Eu acabei indo duas vezes. Na sexta-feira, a fila de espera era bem grande e a minha companheira de mesa ficou apavorada com a enorme lula recheada do meu prato que dividia espaço com o polvo cozido no vinho tinto e com o risoto de camarão. Convenhamos que seja um atentado para quem não suporta os amiguinhos do mar. Eu voltei novamente, uma semana depois, dessa vez sozinha e sem enfrentar fila. E com o convite insistente do seu Trasso para entrar no restaurante. Nem precisava de tanta insistência. Acabei comendo o mussaká. É bem verdade, que ainda prefiro o mussaká que o Nicolas (marido da minha amiga Dalva e pai da Laurence) faz para mim, quando vou para a França. Também pudera, nada como um mussaká feito por um grego autêntico. No caso do Acrópoles o restaurante é de propriedade de um grego, serve comida grega, mas os cozinheiros são brasileiros e seguem o rigor da receita do “Seu Trasso”, que prova pessoalmente a comida e diz o que falta.
Outra curiosidade: O Acrópoles é um dos oito restaurantes brasileiros da lista de roteiros do "1.000 Lugares para Conhecer Antes de Morrer", best-seller mundial da americana Patricia Schultz, lançado no Brasil em 2006 pela editora Sextante. Ao lado dele, na seleção do livro, restaurantes tradicionais e majestosos como D.O.M. e Figueira Rubaiyat. Bem dessa lista, me faltam 998 lugares. O D.O.M, do Alex Atala está na lista de prioridades para a próxima ida a Sampa, uma vez que acabei não indo jantar lá com a M. Elisa, conforme tínhamos combinado. Confesso que o frio me assustou um pouco.


Prato misto do Acrópoles


Restos mortais da Mussaká
Restaurante Acrópoles (www.restauranteacropoles.com.br)
Rua da Graça, 364
Bom Retiro – São Paulo – SP
(11) 3223-4386